Tema: Fazer a vontade de Jesus!
Texto: “Não vos conformeis com
este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2).
Se Israel fosse um povo comum, ninguém saberia que aquele era o
povo de Deus. Logo, sua missão de levar o conhecimento de Deus estaria
comprometida. A lei determinava um modo de vida bem distinto. A maneira de
vestir, trabalhar, cultuar, o relacionamento social, a alimentação, a higiene,
em tudo Israel demonstrava uma diretriz divina que o tornava especial.
Da mesma forma, a igreja hoje, no papel de povo de Deus, deve ser
diferente do mundo. Não me refiro aos usos e costumes em geral, mas às questões
morais, caráter, comportamento e espiritualidade.
Deus nos escolheu, não por sermos melhores, mas, tendo sido
escolhidos, precisamos nos tornar melhores em função dessa escolha.
Em todo e qualquer lugar ou época, o servo de Deus será
confrontado com algum tipo de cultura, incluindo uma mentalidade, uma
cosmovisão, um conjunto de crenças e costumes. Tudo isso traz um espectro de
normalidade, devido à ampla aceitação desses padrões. Embora toda cultura tenha
seus valores legítimos e respeitáveis, também se incluem nesse conjunto muitas
práticas pecaminosas que acabam sendo vistas como normais. Entretanto, ser
normal não significa ser correto. Se “todo mundo faz”, não significa que o
cristão possa fazer.
Vejamos alguns exemplos: Em nossa sociedade, a rebeldia contra os
pais parece algo comum. O sexo entre solteiros ou nas relações extra-conjugais
é cada vez mais natural. O homossexualismo é defendido por grande parte da
população. Há quem considere a prostituição uma atividade profissional. É a
deturpação dos valores fundamentais em um processo degenerativo da cultura.
Estamos, portanto, diante de uma encruzilhada. Cabe a cada um de
nós a decisão: seguiremos o padrão mundano ou o padrão divino ensinado através da
bíblia? Se vivermos como os mundanos vivem, estaremos caminhando juntamente com
eles para a condenação eterna. Se aceitarmos tudo o que eles aceitam, seremos
inúteis, renunciando ao nosso papel de sal e luz (Mt.5.14). Isto não significa
que seremos algum tipo de “polícia divina”, vigiando as pessoas e querendo
corrigi-las, a não ser que tenhamos autoridade espiritual sobre elas.
Precisamos apenas viver o evangelho, sendo exemplo de integridade. Se formos
questionados sobre a razão da nossa fé ou do nosso comportamento, então nos
manifestaremos verbalmente.
Paulo escreveu aos romanos: “Não vos conformeis com este mundo,
mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual
seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm.12.2).
O Senhor tirou Israel do Egito e, imediatamente, lhe deu a lei
para extirpar do povo o que houvesse de negativo e pecaminoso em sua herança
cultural egípcia. Foi um processo árduo que durou 40 anos. Diante deles, porém,
estava a terra de Canaã, que trazia novos desafios. Seria um choque cultural
sob diversos aspectos, mas o que Deus não queria é que Israel viesse a adotar
as práticas pecaminosas dos cananeus. O povo de Deus não poderia se igualar
àqueles a quem o Senhor haveria de destruir.
“Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te dá, não
imitarás as abominações dessas nações. Não haja no teu meio quem faça passar
pelo fogo o filho ou a filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem
agoureiro, nem feiticeiro...” (Dt.18.9-14).
Israel não deveria aprender a idolatria das nações (Dt.12.29-32).
Pelo contrário, deveria aprender a lei de Deus (Dt.6.1-2; 6.6-9; 11.19). O que
seremos ou que caráter teremos dependerá sempre daquilo que aprendemos. Por
isso é tão importante o estudo bíblico. Canaã poderia ser uma escola maldita
para Israel. Deus os preveniu para que não aprendessem os pecados dos cananeus
(Dt.20.16-18), para que não os imitassem, nem se conformassem a eles
(Ex.23.24). Israel estava ali para conquistar e não para ser conquistado pelos
povos idólatras.
O mundo hoje se dispõe a nos ensinar gratuitamente a prática
pecaminosa. São tantos maus exemplos que nos rodeiam e nos assediam
diariamente, seja ao vivo ou pelos meios de comunicação. Existe uma pressão
muito grande para que nos conformemos ao modo mundano de ser. Contudo,
precisamos ser diferentes, nos conformando apenas com a vontade de Deus
expressa através da sua palavra. O que aconteceu com Israel em Canaã? Aprendeu
a idolatria e sofreu as conseqüências, indo para o cativeiro.
Para sermos diferentes precisamos ser corajosos como Sadraque,
Mesaque e Abdenego que permaneceram de pé no meio de uma imensa multidão que se
prostrava diante de um ídolo (Dn.3). Para honrarem o Deus de Israel, eles
desobedeceram à ordem do rei Nabucodonozor. Se quisermos ser diferentes,
precisaremos, algumas vezes, assumir uma posição de confronto a fim de
defendermos os valores éticos cristãos. Assim, enquanto muitos estarão
prostrados, caídos, permaneceremos de pé.
Muitas vezes, para sermos aceitos pelo grupo, nos sujeitamos aos
costumes da maioria. Tememos a crítica, o desprezo e a perseguição. Aqueles
jovens, porém, enfrentaram tudo isso, assumindo o risco de serem mortos, mas
Deus os livrou de forma miraculosa.
Hoje, como cristãos, devemos ser diferentes dos mundanos,
diferentes para melhor. Isto não significa que teremos mais dinheiro do que
eles ou mais bens materiais. O que precisamos apresentar é um caráter precioso,
uma vida digna de um representante de Deus na terra.
Tal diferença não pode significar um posicionamento orgulhoso ou
soberbo. Não somos superiores ou mais preciosos que o nosso próximo. O amor que
Deus tem por nós é o mesmo que tem pelas outras pessoas. Contudo, a nossa
diferença significa simplesmente que escolhemos obedecer a Deus, enquanto
muitos o desobedecem. Entretanto, inspirados pelo nosso comportamento, aqueles
que nos rodeiam podem se converter ao Senhor.
O que está em questão não é o valor da diferença em si, como se
estivéssemos criando uma cultura cristã à parte. Não seremos excêntricos, mas
diferentes apenas naquilo que for valioso diante de Deus. Tal diferença não
significa alienação, mas apenas o cumprimento dos princípios que a palavra de
Deus nos mostra. O cristão não deve ser esquisito nem isolado. Podemos nos misturar
às outras pessoas, mas devemos recusar o que for pecaminoso.
Não é admissível que alguém, dizendo-se filho de Deus, viva como o
ímpio. Quem quiser praticar a impiedade, que o faça, mas não use o nome de
cristão nem traga vergonha para o evangelho. O servo de Deus não pode ser
mentiroso, desonesto, ladrão, adúltero, sonegador de impostos, infiel, mas um
bom exemplo no meio da sociedade.
Aqueles que honrarem o nome do Senhor, sendo diferentes do ímpio,
irão para um lugar diferente daquele para onde o ímpio vai. Depois de haverem
cumprido o propósito divino neste mundo, os justos serão recebidos na glória
celestial. “Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus
imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis
como luminares no mundo” Fp.2.15.
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